quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

mágica (série pílulas)

um corpo num banco de ônibus: desimaginado ônibus e banco: num momento

um corpo voa
sentado em nada

(para o Cadu, por seus 32 anos e por nossa amizade)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

entalada

Ela está na minha garganta

E acalenta o retorno

A regurgitada

A deglutida

Ela está em minha garganta

Amarrada

No laço

No traço curvo do meu pomo

Adâmica

Ela está em minha garganta

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A nossa amizade dá saudade no verão

Quando a rua sobe,

Há fios elétricos cruzando seu alto,

E um homem deitado no concreto

Descansa de um trabalho qualquer.



Quando a rua desce,

Há folhas pardas de amendoeira,

Capim crescendo entre paralelepípedos.

E uma velha caminha lenta, descontínua,

Vinda de um lugar qualquer.



(Para a Juliene, com saudade)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

tempo, sujeito

Tem muito tempo para o tempo se fazer
   
                  em poesia, em
                 
                                         árvore
                        (produto interno bruto da semente)