segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O SUJEITO TRISTE NA AVENIDA


Meu corpo samba batucadas cardíacas
De tanto rir
De tanto assobiar
Perdido na passarela do outro corpo que um dia não será

Na ciência do fim, ainda assim, meu corpo vai e,
Como se fosse de ar, sente falta de medo
Da falta de jeito daquilo que acabará um dia

Desde o fim meu corpo segue até arrancar
A pele,
Qualquer amarra de proteção até
A mais sub pele,
Afunda,
A pele invisível,
Insensível,
A finita pele

A carne viva

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

SÓ UM SUJEITO

Nessa terra é tudo questão de vida
                                               ou morte:
Ou mato minha fome,
Ou penso nas fomes alheias e
Morro
[Favela-bairro]

Porém, mesmo sabendo os sujeitos viver a terra nos
                                repartes da comida restante,
Sigo pensando na falta das armas de matar a miséria dos crânios:

Espero esmola de ganhar pão e papel e
Matar também a subnutrição de letras:

Quero alfabetizados lendo isso aqui. 

Que depois de fome e morte,
Coisa mais triste no mundo
É escritura não compartida.