segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O SUJEITO TRISTE NA AVENIDA


Meu corpo samba batucadas cardíacas
De tanto rir
De tanto assobiar
Perdido na passarela do outro corpo que um dia não será

Na ciência do fim, ainda assim, meu corpo vai e,
Como se fosse de ar, sente falta de medo
Da falta de jeito daquilo que acabará um dia

Desde o fim meu corpo segue até arrancar
A pele,
Qualquer amarra de proteção até
A mais sub pele,
Afunda,
A pele invisível,
Insensível,
A finita pele

A carne viva

2 comentários:

  1. duda, este poema é intenso, incrível, delicioso! amei a viva carne, o sangue esvaindo as veias no seio do amor. beijos

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  2. Obrigadíssimo, Carla!
    Também gostei muito de ter escrito. Ele nasceu há um tempão, mas eu ainda não estava satisfeito, pois me parecia ingênuo demais. Resolvi mexer "um pouquinho" antes de publicar e praticamente fiz outro poema. Isso tem acontecido com frequência. A necessidade de mandar o poema para o mundo tem sido muito inspiradora: é um "vai ou racha" muito benéfico, tanto quando "vai" como quando "racha"... hehe!
    Bj grande!

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