quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

SÓ UM SUJEITO

Nessa terra é tudo questão de vida
                                               ou morte:
Ou mato minha fome,
Ou penso nas fomes alheias e
Morro
[Favela-bairro]

Porém, mesmo sabendo os sujeitos viver a terra nos
                                repartes da comida restante,
Sigo pensando na falta das armas de matar a miséria dos crânios:

Espero esmola de ganhar pão e papel e
Matar também a subnutrição de letras:

Quero alfabetizados lendo isso aqui. 

Que depois de fome e morte,
Coisa mais triste no mundo
É escritura não compartida.

4 comentários:

  1. Adoro as poesias metalinguageiras, que pensam a escrita, o poetizar... e que, inseridas no mundo, falam dele. Eu [subo] morro nas belezas dessas reflexões (rs). Maravilhoso!

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  2. Adoro os comentários que [não] morrem nas belezas e me fazem ver mais do que se pode ver quando se está do "lado de cá" do texto.
    Amo seu jeito de me poetizar a vida-escrita.

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  3. Adoro saber que minhas palavras podem chegar a detonar emoções tão orgânicas como as lágrimas. Isso me comove, muito!
    Obrigado por comentar, Vivian!

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