Preciso tempo de erigir memória-prima.
Senhor de si,
cheio de nós.
Desejo tempo – me transpassa,
escultura.
Crente de perder ou ganhar,
Peço patente de invenção dos milésimos de segundo:
Voo contra
(ultrapassado)
sou escritura.
Que todos os territórios do sujeito se façam palavra e imagem. Que outros sujeitos caminhem por seus vincos. Que os traços das rotas se façam mapas. Que no além dos mapas ainda resista a vontade de se perder.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
O SUJEITO BUSCA O INDEUSTERMINADO
Alguma coisa é.
Está dentro de mim,
Sendo.
Alguma coisa não é,
Está dentro de mim:
Indo.
É,
Está fora de mim,
Transcendo.
Não é
Coisa nem mim,
Fluindo.
Está dentro de mim,
Sendo.
Alguma coisa não é,
Está dentro de mim:
Indo.
É,
Está fora de mim,
Transcendo.
Não é
Coisa nem mim,
Fluindo.
CÉREBRO SUJEITO
Opaco
O cérebro
Olha o espelho
E não pode ver a si refletido.
Íntimo, o grãozinho de nada
Espia o revés
Do cérebro
Lúcido
E não pode ver a si refletido.
O cérebro
Olha o espelho
E não pode ver a si refletido.
Íntimo, o grãozinho de nada
Espia o revés
Do cérebro
Lúcido
E não pode ver a si refletido.
NUMA MANHÃ DE DOMINGO, O SUJEITO?
Olhar a vida com o teto descascado,
Não saber o que é bom,
Ou se,
É ruim, o gosto da boca,
Ou se,
Amanhece,
Se tudo é só lençol,
Sol,
ou
Nada,
Não saber o que é bom,
Ou se,
É ruim, o gosto da boca,
Ou se,
Amanhece,
Se tudo é só lençol,
Sol,
ou
Nada,
O SUJEITO OCIDENTAL-BUDISTA
Uma nota
duas:
a composição da música.
Duas notas,
uma:
a decomposição da música
Um silêncio se nota,
nada existindo:
música.
duas:
a composição da música.
Duas notas,
uma:
a decomposição da música
Um silêncio se nota,
nada existindo:
música.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
O SUJEITO NA PADARIA EM IPANEMA
Homens/mulheres atarantadas
Partículas molhadas pelo mar, névoa,
A polícia vigia, põe medo como galinhas põem ovos.
Ninguém captura essas partículas tostadas pela luz tardinha,
cobrindo-se com a escuridão quente da última fornada do céu.
Homens/mulheres alaranjadas.
Cariocas, língua de índio, tão vermelhos,
Marcados de brasil.
Quase me perco em teorias passadas e
mereço o rótulo de neo-indianista:
invadido pelo orgulho de ver também que um Índio descerá -
ouço repentina a voz com sotaque nordestino num grito pedir:
– Seis franceses, please!
Partículas molhadas pelo mar, névoa,
A polícia vigia, põe medo como galinhas põem ovos.
Ninguém captura essas partículas tostadas pela luz tardinha,
cobrindo-se com a escuridão quente da última fornada do céu.
Homens/mulheres alaranjadas.
Cariocas, língua de índio, tão vermelhos,
Marcados de brasil.
Quase me perco em teorias passadas e
mereço o rótulo de neo-indianista:
invadido pelo orgulho de ver também que um Índio descerá -
ouço repentina a voz com sotaque nordestino num grito pedir:
– Seis franceses, please!
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
O SUJEITO VÊ
Em qualquer silêncio dissolvido num
Átimo
Vislumbro a tal felicidade indescritível
(Quase nada)
Átimo
Vislumbro a tal felicidade indescritível
(Quase nada)
UM SUJEITO EM CELULÓIDE
Preciso do teu rosto preciso
Que teus traços não sejam traição
Ou sim:
Traiam pactos naturais com o tempo
(Perecível).
Sim, precisa seja
A tua imaterial presença,
Rever em tela de cinema
(Sala escura dentro da cabeça)
A reprise do teu rosto
Antes que a umidade do tempo
Engendre a corrosão do celulóide inútil.
E então nem somente a luz devassando poeiras,
Iludindo retinas.
Só, preciso que tu sejas preciso,
Tua presença.
Que teus traços não sejam traição
Ou sim:
Traiam pactos naturais com o tempo
(Perecível).
Sim, precisa seja
A tua imaterial presença,
Rever em tela de cinema
(Sala escura dentro da cabeça)
A reprise do teu rosto
Antes que a umidade do tempo
Engendre a corrosão do celulóide inútil.
E então nem somente a luz devassando poeiras,
Iludindo retinas.
Só, preciso que tu sejas preciso,
Tua presença.
LAMENTO URBANO DO SUJEITO EM LISBOA
Prostituta, a língua mal falada
Veste jeans e t-shirt
Devassa, atravessa minha voz
Falo invento o amor no ouvido ausente e
Vocifero o corpo não sentido sobre a cama
Mordisco palavras forjadas nessa península aqui, ibérica,
Abuso dessa língua lasciva,
Rendida sob meus carinhos coloniais...
Veste jeans e t-shirt
Devassa, atravessa minha voz
Falo invento o amor no ouvido ausente e
Vocifero o corpo não sentido sobre a cama
Mordisco palavras forjadas nessa península aqui, ibérica,
Abuso dessa língua lasciva,
Rendida sob meus carinhos coloniais...
NO MEIO DO CONGESTIONAMENTO, O SUJEITO
O poema aqui não venta,
Não transita -
Estanqueia,
O poema aqui
Tonto dos odores doces iletrados,
Rinite de perfumes ácidos acadêmicos,
O poema aqui
Tem ânsias de um ponto final
E nem começo tem:
(Apenas o que o nada já é)
Não transita -
Estanqueia,
O poema aqui
Tonto dos odores doces iletrados,
Rinite de perfumes ácidos acadêmicos,
O poema aqui
Tem ânsias de um ponto final
E nem começo tem:
(Apenas o que o nada já é)
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
OS OLHOS FECHADOS DO SUJEITO
Abdicar de
espírito
e corpo
Ser pobre asceta
Perambular sem nome pelo Medievo
Pedir que não me encontrem
espírito
e corpo
Ser pobre asceta
Perambular sem nome pelo Medievo
Pedir que não me encontrem
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
A CARNE DO SUJEITO
Concretude reta rígida logicamente binária,
Racionalidade tupiniquim gerada nos milésimos de segundo da técnica das teclas prenhes de tantas informações,
Fibras, micros, macros, tetradimensionais, poliquantum, arrogância a laser,
Sinais, pontes, teletudo que existe:
Acaso me espatifo no concreto da calçada,
Meu cérebro é cinza mole labirinto
Massa informe, incerta e antiquada
(como um açougue na esquina)
Racionalidade tupiniquim gerada nos milésimos de segundo da técnica das teclas prenhes de tantas informações,
Fibras, micros, macros, tetradimensionais, poliquantum, arrogância a laser,
Sinais, pontes, teletudo que existe:
Acaso me espatifo no concreto da calçada,
Meu cérebro é cinza mole labirinto
Massa informe, incerta e antiquada
(como um açougue na esquina)
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
PESSOA SUJEITO
Veja telenovelas, pequena.
Veja telenovelas.
(meu pai vai dormir e
pergunta se pode desligar a televisão.
não, pai.
não pode.
seu filho quer ver.
seu filho precisa ver
televisão)
Veja telenovelas.
(meu pai vai dormir e
pergunta se pode desligar a televisão.
não, pai.
não pode.
seu filho quer ver.
seu filho precisa ver
televisão)
terça-feira, 17 de agosto de 2010
TUDO ESCURO E O SUJEITO
Num risco tênue de cinzazul
Desenho com pupilas
Uma anti-montanha
no céu todo gasto.
Luto contra-celeste
Escorrega luz de meus olhos:
Tudo noturno e eu
Desenho com pupilas
Uma anti-montanha
no céu todo gasto.
Luto contra-celeste
Escorrega luz de meus olhos:
Tudo noturno e eu
domingo, 15 de agosto de 2010
O SUJEITO-PALAVRA
Nossas guerras transmitidas
(como vírus)
Em tempo real.
E minhas batalhas aqui,
Só as desejo grafadas.
Sou escrivão de tudo,
E talvez poeta, conforme lido.
Perco sempre alguma batalha incógnita
E entrego o pouco meu:
– a jurisdição dos muitos territórios de ser alguém;
– o plural da voz prisioneiro no papel;
– ações intestinas, impressas;
É o seu espólio na guerra cotidiana de existir: eu assassino
O efêmero na vida das palavras
Para ceder – agora – os seus alimentos,
Devorador de poesia.
Mesmo sem precisar, você, de mim.
(como vírus)
Em tempo real.
E minhas batalhas aqui,
Só as desejo grafadas.
Sou escrivão de tudo,
E talvez poeta, conforme lido.
Perco sempre alguma batalha incógnita
E entrego o pouco meu:
– a jurisdição dos muitos territórios de ser alguém;
– o plural da voz prisioneiro no papel;
– ações intestinas, impressas;
É o seu espólio na guerra cotidiana de existir: eu assassino
O efêmero na vida das palavras
Para ceder – agora – os seus alimentos,
Devorador de poesia.
Mesmo sem precisar, você, de mim.
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